Impacto Socioeconômico e Cultural
O Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal de Goiás (PPGCA/UFG) forma profissionais qualificados para atender demandas nacionais, especialmente do Centro-Oeste. Além do caráter científico, mantém forte inserção social, econômica e cultural, contribuindo para o desenvolvimento regional. O Centro-Oeste, Norte e Nordeste historicamente sofrem com escassez de recursos na educação superior, apesar disso o PPGCA foi pioneiro na estruturação do ensino superior no estado.
O Centro-Oeste é líder na produção de grãos e carnes, destacando a importância da medicina veterinária. O bioma Cerrado, onde o PPGCA está inserido, tem características relevantes para as pesquisas. O programa integra a Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação – Pró-Centro-Oeste e diversos projetos voltados à saúde e produção animal, incluindo ações com agricultura familiar, assentamentos rurais e a comunidade quilombola Kalunga.
Goiás apresenta condições favoráveis para pesquisas no agronegócio, sendo um polo estratégico, atraindo profissionais de estados vizinhos. O PPGCA tem se dedicado à pesquisa e valorização das raças locais brasileiras, como os bovinos Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro, além de estudos sobre plantas do Cerrado com potencial fitoterápico, como o pequi (Caryocar brasiliense).
A valorização do Curraleiro Pé-Duro é liderada pela Profa. Maria Clorinda. Os estudos começaram em 2002, resultando em diversas dissertações e teses sobre sanidade, genética, parasitologia, clínica, cirurgia, qualidade do leite e carne. Já foram defendidas 20 dissertações de mestrado e 16 teses de doutorado sobre essas raças no PPGCA.
A conservação da raça cresceu, demonstrando sua relevância econômica e cultural. Pesquisas comprovaram que a carne do Curraleiro Pé-Duro tem excelente sabor, além de sua rusticidade reduzir o uso de produtos químicos, tornando-a um produto diferenciado. O mercado de carne premium inclui cortes da raça Curraleiro Pé-Duro, presentes em restaurantes de alta gastronomia em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia e Pirenópolis. A carne destaca-se pela maciez e marmoreio, comparável às raças Angus e Wagyu. Estudos da EVZ/PPGCA confirmaram que sua maciez supera cortes nobres dessas raças, reforçando seu potencial comercial e exclusividade no Brasil.
Além do valor econômico, a criação do Curraleiro Pé-Duro tem forte caráter cultural em Goiás. A raça é tradicionalmente usada em veículos de tração, como carros de boi, comuns em festas religiosas, como a Festa do Divino, em Trindade. Também é utilizada em pequenas propriedades para transporte de madeira e escoamento da produção agrícola.
No atual quadriênio, pesquisas relevantes foram desenvolvidas, resultando em cinco produtos finais defendidos com os temas ultrassonografia hepática em bovinos intoxicados pela fava de barbatimão, caracterização molecular do plasma seminal de touros Pantaneiros, marcadores genéticos associados à resistência a doenças no Curraleiro Pé-Duro, resposta imunológica de bovinos locais a vacinas e detecção de genes produtivos em Curraleiro Pé-Duro. Um artigo publicado em 2024 (dissertação defendida em 2019) mostrou a resistência do Curraleiro a tripanosomiase, à semelhança de raças africanas.
Outro projeto financiado pelo CNPq em andamento investiga a resistência dessas raças à intoxicação pela fava do tamboril, vinculando-se a teses de doutorado e mestrado em andamento. Esses estudos geram conhecimento científico essencial para pecuaristas e políticas de conservação.
Para ampliar a divulgação dos resultados, a EVZ/PPGCA sediou o III Simpósio da Rede Pró Centro-Oeste Curraleiro e Pantaneiro em 2023, lançando o livro "Curraleiro Pé-Duro: O gado que criou o Brasil". A obra revisita a história do Brasil com base científica, afastando-se de narrativas populares sem fundamentação e trazendo uma análise crítica sobre relatos históricos, cujo prefácio foi escrito pela Profa Maria Clorinda.
Em 2024, docentes do PPGCA produziram a base científica para um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa de Goiás, visando reconhecer o Curraleiro Pé-Duro como patrimônio histórico, cultural e genético do estado. (https://portal.al.go.leg.br/noticias/149076/rosangela-rezende-pleiteia-que-gado-curraleiro-pe-duro-seja-reconhecido-oficialmente). Espera-se que esse reconhecimento fortaleça medidas de proteção e promoção dessas raças nativas.
A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Curraleiro Pé-Duro se fortaleceu a partir das pesquisas do PPGCA, alcançando o reconhecimento da raça pelo MAPA em 2012. Em 2006, a EVZ/UFG teve reconhecimento social quando o Ministério da Integração Nacional buscou a Profa. Maria Clorinda para reintroduzir a raça na Comunidade Quilombola Kalunga. Desde então, diversos projetos de pesquisa e extensão foram desenvolvidos, incluindo o “Programa Kalunga Cidadão”, promovendo igualdade racial e inclusão social na maior comunidade quilombola do Brasil. Com a reintrodução do Curraleiro na região, mais de 100 animais foram doados, impactando positivamente a comunidade.
Em 2019, dando continuidade a essas atividades e com intuito de avaliar tal impacto, foi realizado o projeto “Plantas Tóxicas do Cerrado: Expedição ao Sítio e Patrimônio Cultural Kalunga”. Com uma equipe formada por docentes da EVZ, UFMG, UNESP-Botucatu, Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria (INIA) do Uruguai, e Poisonous Plant Research Laboratory (USDA), a expedição buscou identificar, por meio do conhecimento tradicional, plantas tóxicas regionais únicas. A dissertação foi defendida em 2021 (Plantas tóxicas na perspectiva de uma comunidade quilombola do Cerrado). O projeto resultou na publicação de dois artigos e um livro: Expedição ao Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga: um Relato de Experiência.; Toxic plants from the perspective of a "Quilombola" community in the Cerrado region of Brazil; Plantas tóxicas para ruminantes e equinos no Cerrado e Pantanal. O livro foi produto da investigação feita no território Kalunga e com o apoio da UNESP, UFJ e UFBA. Foi publicado com apoio da PPG em Medicina Veterinária, da FMVZ, UNESP, Botucatu, que mostrou solidariedade mais uma vez com o PPGCA/UFG. Os livros impressos foram destinados às universidade parceiras e comunidade Kalunga estabelecendo a transferência de conhecimento mútua entre academia e sociedade. O livro também está disponível de forma gratuita em PDF (https://ppgca.evz.ufg.br/n/182826-livro-publicado-ppgca-evz-ufg). Como devolutiva para a Comunidade Kalunga, parte da equipe participou em 2024 do evento VI Encontro de Pesquisas, Diálogos, Saberes e Fazeres Quilombola Kalunga, com a apresentação oral do resumo Expedição de Plantas Tóxicas ao Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga: Relato de Experiência. Na oportunidade um exemplar do livro foi entregue a todos os membros da comunidade que foram entrevistados durante a expedição de 2019, reafirmando o compromisso social do PPGCA.
Ainda no contexto Kalunga, dois projetos do PRONEX (FAPEG/CNPq) foram desenvolvidos: “Patrimônio Cultural Kalunga: Aspectos diagnósticos de doenças e genética de paisagem na criação de bovinos” (2014-2017) e “Resistência genética a doenças em bovinos no Bioma Cerrado” (2018-2022). No atual quadriênio, destaca-se a tese “Saúde única: aspectos sanitários da população humana e de rebanhos do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga”, abordando zoonoses como brucelose e tuberculose. Foram visitadas 141 propriedades e testados 4.939 bovinos, repassando os resultados aos pecuaristas quilombolas com orientações sanitárias. O Sítio Histórico Kalunga abriga cerca de 6.000 pessoas em 30 comunidades nos municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás. Reconhecido em 1991, está incluído na Reserva da Biosfera Goyaz, uma das áreas mais biodiversas do Brasil e protegida pelo programa “O Homem e a Biosfera” da UNESCO.
Reforçando a valorização do Cerrado, duas séries de pesquisa merecem destaque por utilizarem frutos locais, o pequi (Caryocar brasiliense), com objetivo fitoterápico, alimentar e econômico. A partir de conhecimentos populares, a flora do Cerrado vem sendo estudada para o tratamento de feridas (efeito do óleo de pequi nanoemulsionado no tratamento do envenenamento experimental pela aranha marrom (Loxosceles spp.). O projeto com os frutos do cerrado se iniciou com o Prof. Eugênio Araújo e já se expandiu para outros docentes do PPG. Projetos multidisciplinares identificaram que a casca do pequi possui maior potencial antioxidante que o fruto e a polpa, e que a sua flor tem potencial tóxico para bovinos. É importante ressaltar também que a casca atualmente é um resíduo da produção do pequi, sendo descartada após a retirada do fruto, de forma que sua exploração representará impacto ambiental, devido à diminuição do lixo produzido, e econômica, pelo aproveitamento de um novo produto, até então descartado.
Outras plantas do Cerrado como o acafrão/cúrcuma (tempero/colorante) e a cagaita (fruta), também foram temas de trabalhos – “Ação do extrato da Curcuma longa l (açafrão) isolado e associado a quimioterápicos antineoplásicos em células de osteossarcoma canino”; “Avaliação da atividade in vitro em modelo de membrana corioalantoide de dinamizados de Curcuma longa L”; “Toxicidade de extrato de curcuma dinamizada no sistema modelo zebrafish (Danio rerio)” e “Desenvolvimento de sorvete funcional simbiótico com polpa de cagaita (Eugenia dysenterica)”. Cabe salientar que a cúrcuma ou açafrão (Curcuma longa), produzida em Mara Rosa (GO), foi o primeiro produto do estado de Goiás a ter a indicação geográfica reconhecida pelo INPI. Também animais, que são símbolos do Bioma Cerrado, como o tamanduá bandeira e a arara canindé, tem sido objeto de estudo de produtos finais concluídos: “Descrição morfológica e radiográfica das articulações escapuloumeral e umerorradioulnar de tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla-Linnaeus, 1758)” e “Avaliação da associação intranasal de cetamina- midazolam em arara canindé (Ara ararauna)”.
A seguir serão descritas as principais ações com foco em estudantes do ensino fundamental e médio. O projeto: “Otimização do ensino de ciências no ensino fundamental e médio em escolas públicas estaduais do município de Jataí - GO por meio da utilização de metodologias inovadoras”, foi realizado em 2021. Trata da proposta de desenvolvimento de materiais didáticos inovadores utilizados para a criação de novas formas de difusão e disseminação de conhecimentos científicos. A proposta é encontrar um meio de proporcionar a materialização de alguns conceitos que os alunos da rede estadual de ensino aprendem exclusivamente observando, imaginando e interpretando. O projeto prevê financiamento por meio da Emenda Parlamentar nº 1761.
A relevante participação do professor Valcinir Vulcani em projeto de extensão e ensino também deve ser citada: Fórum Permanente de Educação Básica: Construindo Estratégias Pedagógicas para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no Cotidiano Escolar (2021); Pausas - Talentos visíveis e invisíveis da UFJ (2021); Primeiro Seminário NEABI/UFJ - Consórcio de NEABs e NEABIs: a UFJ na Rota Nacional da Educação Para as Relações Étnico-Raciais (2022).
Outro importante projeto do PPGCA que integra ensino superior e básico é intitulado “Medicina Veterinária e Zootecnia Itinerantes: Ação de Integração Entre o Ensino Superior e a Educação Básica na Região Metropolitana de Goiânia" que visa atender crianças no ensino infantil e fundamental, em Escolas públicas e privadas. Em visitas às Escolas, são apresentados e discutidos com os estudantes temas de interesse na área da entomologia, com estudo de artrópodes benéficos e pragas (de importância médica, veterinária e agrícola). O projeto envolve discentes de graduação e pós-graduação da UFG com estudantes da educação infantil e fundamental, no ensino de uma temática de grande importância para a Saúde Única, despertando nos estudantes a curiosidade pelo interessante mundo dos artrópodes. Essas ações visam também desafiar os discentes do ensino superior a apresentar assuntos complexos em linguagem acessível a estudantes de diferentes faixas etárias, e despertar neles a responsabilidade social do profissional. O projeto conta com servidores docentes e técnicos, estudantes de graduação e pós-graduação da UFG, do IPTSP e PPGCA. O projeto foi prejudicado pela pandemia, no entanto foi retomado em 2024 com uma ação de extensão atingindo 900 crianças e adolescentes do CEPAE - Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (vinculado a UFG). o projeto busca beneficiar 3 eixos: 1. discentes de escolas públicas, por meio de apresentação sobre as áreas de medicina veterinária e zootecnia, universidade pública e ciência; iremos incentivar a participação de discentes em iniciações científicas júnior. 2- discentes de pós-graduação do PPGCA e PPGCA- desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem para transmitir conhecimentos científicos a crianças e adolescentes. 3- docentes dos PPGs - promover a integração entre graduação e pós-graduação com impacto real na formação dos estudantes envolvidos. Essa e outras ações podem ser vistas no site - https://ppgca.evz.ufg.br/p/53671-impacto-socioeconomico-e-cultural.
Nos anos de 2023 e 2024, o PPGCA, em parceria com o PPGZ, realizou dois dos seus maiores projetos de extensão intitulado "Ciência Feita Aqui" no Parque de Exposições Agropecuário de Goiânia, Goiás, com o objetivo de divulgar avanços científicos na área de produção animal por meio de linguagem acessível. Este evento diurno foi realizado por docentes e discentes dos Programas de Pós-Graduação em Ciência Animal e em Zootecnia, assim como pelos discentes das graduações em medicina veterinária e zootecnia com o apoio da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura. O Parque de Exposições Agropecuário de Goiânia era composto por estações com animais de produção, como bovinos, suínos, cabras, abertos à visitação do público, além disso, havia um espaço destinado à exposição de banners e stands que abordavam resultados de pesquisas desenvolvidas nesta instituição. Durante o evento, os organizadores apresentaram a produtores rurais a existência de raças bovinas mais resistentes a parasitas e aos efeitos tóxicos de algumas plantas, explicações das diferentes colorações de gemas de ovo e fatores que influenciam no ganho de peso de frangos e suínos, por exemplo. Também instruíram sobre como a participação direta desses proprietários em pesquisas e projetos de extensão poderia beneficiá-los, com a realização de exames e assistência especializada. Informações como essas são essenciais para aperfeiçoar a produção e garantir a saúde animal, por meio da aplicação em suas atividades diárias. Diariamente foram recebidas mais de 1.500 crianças de escolas públicas da região metropolitana de Goiânia, entre 2 e 18 anos, além de idosos e pessoas com deficiência de lares públicos. Somando os anos de 2023 e 2024, foram mais de 10 mil crianças atendidas. O "Ciência Feita Aqui" demonstrou a relevância da colaboração entre academia e setor produtivo, destacando a UFG como um polo de produção científica de impacto direto na pecuária regional, com parceria direta com a Sociedade Goiânia de Pecuária.
Em 2024, docentes do PPGCA presidiram dois congressos nacionais, coincidentemente no mesmo local, Pirenópolis, como dois dias de intervalo entre eles. O primeiro evento, VIII Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos e Workshop de Curadores do Brasil, ocorreu de 05 a 08 de novembro. Nesta edição do VIII CBRG, destacamos a realização das Atividades Integradoras (Feira de Guardiões da Agrobiodiversidade e Congressinho da SBRG), ações desenvolvidas junto à comunidade de Pirenópolis com o objetivo de promover a conscientização sobre a importância da preservação dos recursos genéticos. Essas ações promoveram também o fortalecimento da educação ambiental, a troca de saberes e a valorização da biodiversidade local. As atividades contaram com o financiamento por parte do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e a participação direta na organização da Comunidade Educacional de Pirenópolis (COEPi), da Secretária de Educação e Prefeitura de Pirenópolis, além da EMATER-GO, Universidade Estadual e Goiás e Universidade Evangélica de Goiás.
O II Congressinho de Recursos Genéticos, realizado no dia 5 de novembro no período da manhã e tarde, que mobilizou professores e alunos de três escolas de ensino fundamental do município. (Escola Santo Antônio, Escola Municipal Dom Emmanoel Gomes de Oliveira e Escola Municipal Luciano Da Silva Peixoto) e uma estadual de ensino fundamental e médio (Colégio Estadual Senhor do Bonfim). O Congressinho contou com a participação de 1.007 estudantes, estimulando-os a explorar a biodiversidade local por meio de atividades lúdicas e educativas, engajando-os na preservação ambiental desde cedo. Além disso, a atividade “Guardiões Mirins da Biodiversidade” mobilizou diretamente 372 estudantes, 15 professores e 8 coordenadores. Ocorreu, previamente ao evento, a capacitação dos docentes das escolas municipais estadual de Pirenópolis integrantes do projeto, quanto ao tema “conservação de recursos genéticos animais, vegetais e de microorganismos”, bem como a entrega de material didático produzido por diferentes docentes da UFG referentes a conservação do Bioma Cerrado.
A equipe organizadora do II Congressinho reuniu ao todo 72 pessoas de instituições como a UFG, a UEG e escolas locais, demonstrando o impacto da colaboração interinstitucional. Como legado, destaca-se a construção de uma horta na Escola Rural Santo Antônio e a recuperação da horta de plantas alimentícias não convencionais (PANCs) da COEPi.
Outro destaque das Atividades Integradoras foi a Feira de Troca de Germoplasma Crioulo, realizada no pátio interno da COEPi. A feira reuniu 14 agricultores familiares do município de Alto Paraíso/GO e 11 do município de Mineiros/GO, além da participação de grupos locais e outras regiões, totalizando 80 participantes. Este espaço fomentou a troca de sementes, mudas etc., e saberes sobre práticas tradicionais de manejo sustentável. Os participantes compartilham experiências sobre as variedades crioulas de sementes e as melhores práticas para a conservação e o uso dessas variedades no campo que são a base para a segurança alimentar e a adaptação às mudanças climáticas. Além do II Congressinho e da Feira, aconteceram atividades práticas na COEPi e na Antara Agrofloresta, quatro rodas de conversas e três oficinas, que complementaram as ações desenvolvidas.
Durante a 22ª edição do Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária (CBPV), ocorreu o I Congresso Mirim de Parasitologia Veterinária (CMPV), proporcionando a aproximadamente 320 estudantes de seis escolas públicas de Pirenópolis a vivência em um ambiente científico de nível nacional. Pela primeira vez, atividades voltadas para jovens, com foco na alfabetização científica e no incentivo à busca pelo conhecimento, foram realizadas no CBPV. Com a temática "Parasitologia e Saúde Única", o evento permitiu a disseminação do conhecimento científico e tecnológico de forma alinhada à Base Nacional Comum Curricular, em um espaço informal de educação básica. Além do impacto direto nos estudantes do ensino básico, a iniciativa também fortaleceu a relevância do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (PPGCA), ao ampliar sua atuação na extensão e na formação científica de novos talentos, promovendo a interação entre a pesquisa acadêmica e a sociedade.
A iniciativa esteve em consonância com a Agenda 2030 da ONU, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como garantir educação inclusiva e de qualidade (ODS 4), promover a igualdade de gênero (ODS 5) e reduzir desigualdades (ODS 10). A programação incentivou o protagonismo estudantil, a criatividade e a cultura maker, contando com a participação de equipes da UFG, UFMS, UFRRJ e UFES.
As atividades foram distribuídas em cinco estações, que incluíram jogos, dinâmicas, exposições didáticas e atividades lúdicas voltadas para a compreensão da parasitologia de maneira interativa. Nos dias 11 e 12 de novembro, estudantes do Colégio Estadual Comendador Joaquim Alves, Escola Municipal Dom Emanuel, Colégio Estadual Polícia Militar, Colégio Estadual Santo Agostinho, Colégio Estadual Senhor do Bonfim e CEPI Ermano da Conceição participaram das atividades em diferentes turnos, explorando o universo da parasitologia por meio de experiências práticas. O evento representou um marco na educação científica para jovens, promovendo aprendizado de forma dinâmica e acessível. A participação ativa das universidades e dos organizadores possibilitou um ambiente enriquecedor, incentivando o interesse dos estudantes pela ciência e tecnologia, além de reafirmar o compromisso do PPGCA com a difusão do conhecimento e a formação de novos pesquisadores desde a base educacional.
Além das pesquisas e projetos de extensão voltados para as demandas locais do Cerrado, o PPGCA também desenvolve produtos nas áreas de saúde animal e saúde única. Desde a década de 1980, a EVZ realiza regularmente em parceria com o MAPA, cursos de “Habilitação de Médicos Veterinários ao PNCEBT (Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose) e Noções de Encefalopatia Espongiforme Transmissível”. A partir de 2019, a organização e responsabilidade do curso foi transferida ao Prof. Álvaro Ferreira Júnior, docente do PPGCA, que conta com o apoio, como instrutores, dos professores Paulo Henrique Jorge da Cunha e Ana Carolina Borsaneli. O curso é ministrado anualmente, com capacitação dos veterinários frente ao Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) é de suma importância para a saúde única e reforça o papel social da pós-graduação.
A equipe do LADOPAR/SMVP/EVZ/UFG (Laboratório de Doenças Parasitárias) em parceria com a Faculdade de Farmácia (FF) da UFG atuou entre 2020 e 2022 no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. doutorando Warley Vieira e seu orientador e coordenador do LADOPAR Professor Felipe Krawczak, integraram a equipe multidisciplinar da FF, auxiliando no diagnóstico molecular de SARS-CoV-2. Até o fim de 2022, foram realizados aproximadamente 15.000 testes diagnósticos de PCR em tempo real com amostras oriundas da Prefeitura de Goiânia e da Tenda de Triagem Covid-19 da UFG, colaborando diretamente na identificação dos infectados e no monitoramento da circulação do vírus na cidade, possibilitando o desenvolvimento e criação de políticas públicas não apenas do município, mas de todo o estado. Vale a pena ressaltar que além de auxiliarem no diagnóstico, uma série de equipamentos, inclusive de biologia molecular, foram cedidos pelos responsáveis para a realização dos exames.
Além desse papel fundamental, todos os discentes da residência multiprofissional em saúde passaram a integrar a equipe municipal de Goiânia de Saúde Única, atuando na Investigação Soroepidemiológica dos profissionais de saúde vacinados contra Covid-19. Tais atividades são realizadas em conjunto com a Superintendência de Vigilância em Saúde do município, por meio de convênio previamente firmado. As atividades envolvem primariamente os residentes, no entanto, diversos docentes do programa se envolveram na orientação dos discentes, especialmente aqueles da área de Sanidade Animal. Também é frequente que ao término da residência, alguns estudantes fazerem a opção de ingressarem no mestrado, reafirmando a importância de estimular a integração de diferentes níveis educacionais, por meio de equipes de pesquisa e extensão que tenham estudantes de graduação, residência, mestrado e doutorado trabalhando em conjunto.
Juntamente com discentes de residência e graduação, os pós-graduandos compuseram a equipe de vacinação antirrábica da EVZ. O Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR), criado em 1973, implantou, entre outras ações, a vacinação antirrábica canina e felina em todo o território nacional. Essa atividade resultou num decréscimo significativo nos casos de raiva naqueles animais, e com isso permitiu um controle da raiva urbana no país. A diretoria de Vigilância de Zoonoses em parceria com os Programas de Residência, PPGCA e EVZ, conta com o posto de vacinação que se iniciou em 2020 e se tornou permanentes, disponibilizando a aplicação da Vacina Antirrábica para os animais de toda a população de forma gratuita.
A saúde única, a cada ano tem atraído mais atenção, com número crescente de trabalhos que promovem a integração entre a saúde humana, animal e ambiental, seja por meio da produção de dados relevantes para a vigilância epidemiológica ativa (“Análise da circulação de riquétsias do grupo da febre maculosa no estado de Goiás, utilizando equídeos como sentinelas”; Avaliação da circulação de Rickettsia spp. do grupo febre maculosa e da ixodofauna em javalis (Sus scrofa), no Bioma Cerrado, Centro Oeste, Brasil”; “Pesquisa de infecção por riquétsias do grupo da febre maculosa em cães, equinos, capivaras e em seus respectivos carrapatos em regiões sob vigilância epidemiológica no município de Goiânia Goiás”; “Causas de morte em aves silvestres e vigilância para patógenos de interesse em saúde pública”; “Ocorrência de Sporothrix brasiliensis em gatos com dermatopatias da região metropolitana de Goiânia, Goiás”), seja testando novas possibilidades de tratamento (“Tigeciclina, uma nova proposta de tratamento para febre maculosa brasileira, versus doxiciclina na infecção experimental por Rickettsia rickettsii em cobaios {Cavia porcellus}”). Assim como respondendo a demandas municipais específicas – termo de ajuste de conduta da Prefeitura Municipal de Barra do Garças (“Leishmaniose visceral humana e canina em região endêmica no Vale do Araguaia, Brasil”) e produzindo resultados para populações tradionalmente desassistidas por políticas públicas (“Saúde Única: aspectos sanitários da população humana e de rebanhos de bovídeos do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga”).
Entre os anos de 2021 e 2024, foram desenvolvidas as dissertações: “Soroprevalência, distribuição espacial de focos e fatores de risco associados à anemia infecciosa equina no Estado de Goiás”, “Soroepidemiologia e distribuição espacial dos focos de infecção por Leptospira spp. em equídeos do estado de Goiás” e a tese “Análise e perspectivas do Sistema Oficial de Vigilância para a Febre Aftosa no Estado de Goiás” Tais produtos merecem destaque, pois integram a avaliação do estado para realização de políticas públicas voltadas à Saúde Animal e a Saúde Única. Além de discentes do PPGCA, todos são servidores da Agrodefesa-GO, e representam essa parcela importante de estudantes que integram o programa e realizam pesquisas aplicadas, com impacto social e econômico. Ao todo, o PPGCA já qualificou cerca de trinta servidores da Agrodefesa-GO, entre mestres e doutores. Da mesma forma, diversos docentes, egressos e discentes participaram do fórum “Goiás livre de aftosa sem vacinação”, apoiado pela Associação de Buiatras do Estado de GO e do DF, atualmente comandada pelo docente Álvaro Ferreira Júnior
Desde 2018, o PPGCA também integra o Projeto de Extensão “UFG no Parque”. Goiânia é uma cidade rica em parques municipais, com grande fluxo de pessoas, dessa forma alguns docentes e discentes passaram a utilizar essa estrutura para realizar as suas atividades de ensino e extensão. De forma similar, o Prof Felipe Krawzack e seus discentes de pós e graduação, atuam alertando para os riscos da Erliquiose e a importância do controle de carrapatos. É possível citar também o trabalho do GETOX, Grupo de estudos em toxicologia veterinária, coordenado pela Profa Ana Flávia Botelho, que produz conteúdo sobre as principais intoxicações animais, alertando tutores e crianças sobre os riscos no ambiente doméstico. Já o prof Éverton Fernandes desenvolveu atividade de controle de ectoparasitas, com foco na conscientização das famílias quanto aos riscos da presença de pulgas e carrapatos nos animais.
Anualmente, a comunidade do PPGCA e de toda a EVZ, se une para a arrecadação de alimentos e doações para o Grupo Fraterno de Assistência Social, fundado pelo professor aposentado Romão Cunha Nunes, que foi membro do PPGCA.
Também foi criado o projeto de da EVZ para controle populacional de cães e gatos em Goiânia e região metropolitana. O projeto conta com o apoio dos docentes de cirurgia do PPGCA e seus respectivos discentes. Por meio do projeto, são fornecidas informações sobre controle de natalidade e realizamos castrações gratuitas, com o intuito também de treinar os nossos discentes. O impacto social previsto se relaciona com a possível diminuição de abandono de animais, câncer de mama associado ao uso de anticoncepcionais e poderá ser observado nos próximos anos.
O PPGCA também tem impacto social por meio dos cursos, eventos e PTTs criados. A discussão sobre esses produtos foi feita no item anterior. No entanto, é importante destacar os produtos de comunicação feitos por meio de entrevistas e mídias sociais coordenados pelos nossos docentes. Um exemplo a ser citado é o Prof Luiz Franco da Silva, que ao longo de quase 40 anos de carreira foi consultor do Globo Rural, participando de inúmeras reportagens que transmitiam os conhecimentos gerados na academia direto para o campo. Vários docentes ao longo desse quadriênio também foram entrevistados pela TV Anhanguera e Rádio CBN, principalmente no programa RádioPet, que tira as dúvidas dos ouvintes com relação aos animais domésticos.
Anualmente, os docentes do PPGCA também contribuem com o programa Rádio Pet, da rádio CBN Goiânia, Em 2023, com participação da docente Ana Flávia Botelho, o objetivo da entrevista foi alertar a população sobre os riscos aos quais os pets estão expostos quanto a agentes tóxicos (https://www.cbngoiania.com.br/programas/cbn-goiania/radio-pet/r%C3%A1dio-pet-1.476473). A docente Marina Pacheco Miguel também participou de uma série de entrevistas apresentando os principais resultados da tese “Terapia fototérmica com nanopartículas magnéticas como estimuladora da imunidade antitumoral no câncer mamário canino”, realizada em parceria com o Instituto de Física da UFG. É possível encontrar as entrevistas nos links: https://www.dm.com.br/ciencia/2022/09/tecnologia-para-tratar-cancer-em-caes-e-desenvolvida-por-pesquisadores-da-ufg; https://www.youtube.com/watch?v=clMww-SGtkU; e diferentes postagens em redes sociais. A pesquisa foi eleita como melhor tese do PPGCA 2022 e a patente está em fase final para registro, e terá um impacto direto na saúde das cadelas com câncer mamário e potencialmente no futuro na saúde das mulheres.
Destaque importante também deve ser dado a dois órgãos complementares da EVZ: Hospital Veterinário (HV) e o Centro de Pesquisa em Alimentos (CPA). Ambos se mantiveram abertos durante todo o período de pandemia, cumprindo sua missão institucional de prestação de serviços para a comunidade.
Na equipe do Hospital Veterinário estão médicos veterinários egressos do PPGCA, que juntamente com os docentes, oferece serviços especializados e de qualidade com caráter extensionista para a população. Ainda serve como local para realização de pesquisas científicas, aprimoramento profissional e ensino. É importante salientar que famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, são dispensadas de pagar consulta e tem descontos em vários procedimentos. Os estudantes do PPGCA são estimulados a participar das rotinas e vários ambulatórios de especialidades e serviços de alta complexidade funcionam em decorrência da presença dos pós-graduandos.
Em 2023, o HV passou a compor termo de convênio com a Prefeitura de Goiânia para dar suporte técnico científico ao Centro de Saúde e Bem-Estar Animal de Goiânia, único do estado que promove atendimento gratuito à população carente. O projeto conta com a participação de docentes, discentes e egressos do PPGCA vinculados ao HV, com especial participação na capacitação da equipe da prefeitura.
O projeto de ensino, pesquisa e extensão: Serviço de atendimento clínico de ruminantes no HV/EVZ/UFG promoveu a integração de alunos da graduação e pós-graduação com produtores rurais, incrementando o desenvolvimento técnico de todos os componentes do projeto de extensão. Além disso, o projeto beneficia diretamente pequenos produtores por oferecer custos acessíveis e até inexistentes dependendo do tipo de protocolo de atendimento. Os acadêmicos e pós-graduandos (principalmente os participantes da Residência Multiprofissional) têm a oportunidade de adquirir importantes experiências profissionais e poderão desenvolver projetos de pesquisas correlacionados com a necessidade de produtores rurais, acrescentando ainda mais ao desenvolvimento da produção de ruminantes em Goiás. A partir desse projeto foram ministrados três cursos de extensão sobre manejo sanitário em parceria com confinamentos nacionais de bovinos e a empresa Nutripura, além de participações em sete eventos nacionais. Cursos: Manejo sanitário bovinos confinados no Confinamento Pirapó; Manejo sanitário bovinos confinados no Confinamento ARG e Manejo sanitário de bovinos confinados no Confinamento São Lucas.
Nestes quatro anos, o CPA tornou-se uma rede laboratorial composta por três edificações que somam 2.555 m2 com cinco laboratórios e setores de apoio ao atendimento às demandas do país. Três laboratórios (Microbiologia de Alimentos e Água – Físico-Química de Alimentos – Qualidade do Leite Cru) são acreditados à Coordenação Geral para Acreditação (CGCRE) do INMETRO para a área de atividade “Alimentos e Bebidas”, compondo a Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios com selo ISO/IEC 17025. Igualmente os três laboratórios são credenciados ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para provimento em ensaios relacionados a alimentos de origem vegetal e animal destinados à alimentação humana, exigidos para garantir a inocuidade dos alimentos e as melhores relações comerciais e sanitárias no Brasil e exterior. Recentemente, ingredientes e rações foram inseridos ao escopo do CGCRE-INMETRO por serem destinados à alimentação animal. Intencionalmente, dois laboratórios (Especialidades Biológicas/Biologia Molecular e Inovação e Pesquisa) não possuem acreditação ou escopo junto ao CCGRE-INMETRO e MAPA. Para o período mencionado, com escopo de 405 ensaios, foram realizadas aproximadamente 5.000.000 de análises em seus quatro principais laboratórios de atendimento às agroindústrias do país. Foram atendidos 1588 clientes, distribuídos em 400 cidades de 18 estados do Brasil e o Distrito Federal. Entre os clientes somam-se produtores individuais, empresas de pequeno, médio e grande porte cuja produção de alimentos destina-se ao Brasil e o mercado externo. Os laudos do CPA estão presentes em cinco continentes havendo reconhecimento internacional. O Centro detém habilitação do Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Água para atendimento da Indonésia e finaliza as exigências para submeter-se ao processo de habilitação ao Canadá, Estados Unidos, países membros da União Europeia, Asia e países Árabes quanto ao ensaio de Campylobacter termotolerantes em alimentos. Em outro âmbito, o CPA atende às demandas dos serviços oficiais municipais, estaduais, distrital e federal. Quanto à pesquisa acadêmica, o Laboratório de Inovação e Pesquisa atendeu demandas da Escola de Veterinária e Zootecnia para os dois cursos de PPG (Ciência Animal e Zootecnia), da UFG quanto aos cursos de PPG em Química, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Nutrição e em Medicina Tropical. Auxiliou o desenvolvimento de pesquisas da UEG, IFGoiano e possui parcerias com a EMBRAPA, UNICAMP, UFBA, UFMG, UFSC, UnB, SENAI/CIMATEC ISIS e UFV.
Em 2022, o CPA sediou o IX Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite, com participação da equipe de docentes da EVZ. Este congresso é um dos mais importantes da área e contou com palestrantes nacionais e internacionais ao longo de quatro dias de evento.
O projeto “Aplicativo móvel para diagnóstico de osteoporose” está em desenvolvimento pela equipe do PPGCA UFG e PPG Biociência Animal da UFJ. O mesmo foi contemplado com a chamada Pública no 05/2021 - Programa Nacional de Apoio à Geração de Empreendimentos Inovadores Programa Centelha 2, e tem como impacto previsto a criação de aplicativo que será uma ferramenta de apoios a médicos para o diagnóstico e prognóstico da osteoporose, especialmente em mulheres idosas.
A respeito do impacto relacionado a novas tecnologias, é possível citar também os testes de novos pesticidas e repelentes que vêm sendo realizados pelos docentes da área de parasitologia do PPGCA, vinculados à linha de pesquisa Parasitologia e doenças parasitárias dos animais de companhia, produção e selvagens. Foram produzidas uma série de patentes e produtos que empregam fungos como alternativa biológica para o controle de carrapatos, estudos com fotossensibilizadores, repelentes naturais e óleos essenciais em parceria com a iniciativa privada, com outros PPGs da UFJF, UFRRJ e UFRGS, além de parcerias com instituições estrangeiras como USDA, entre outras.
Como exemplo de inovação na área de clínica e cirurgia, é possível citar a dissertação da aluna Kelly Carolina defendida em 2021. Trata-se do primeiro estudo no Brasil com endoscopia do trato respiratório superior utilizando cadáveres caninos fixados com solução especial salina, em parceria com a UNESP. O trabalho é inovador quanto à aplicação em pesquisa desse material que é atóxico, preserva a textura dos tecidos e sua anatomia de forma superior ao formol, e já foi utilizado em sala de aula prática com bastante sucesso. O impacto de tal produto é esperado no ensino da graduação e pós, proporcionando treinamento de qualidade e substituindo o uso do formol, com significativa economia de recursos e maior seguridade.
O PPGCA tem atuado como centro de formação de profissionais na região, suscitando recursos humanos aptos a desenvolverem soluções para as demandas regionais e nacionais. Por esses motivos, os investimentos na qualificação dos profissionais que irão atuar nesse mercado, a geração de conhecimento aplicável às condições locais e à inovação tecnológica, não são negligenciados ou considerados menos importantes do que os realizados em outras áreas do conhecimento. Possuímos egressos no mercado público e privado, que conduzem ações assertivas na área de Medicina Veterinária e em outras áreas das Ciências Agrárias e Biológicas em universidades, autarquias e empresas, despontando na criação de políticas públicas, inovação, ensino e pesquisa, e também de vagas de emprego. O impacto dos principais egressos está descrito no local correspondente.
Ainda com intuito de cooperar com a sociedade, o PPGCA elaborou três cartilhas ao longo quadriênio disponíveis em PDF de forma gratuita. São elas: Toxicologia Veterinária para Crianças (https://evz.ufg.br/n/141376-lancamento-cartilha-de-toxicologia-veterinaria-para-criancas); Plantas Tóxicas Ornamentais para Cães e Gatos (https://evz.ufg.br/n/152706-cartilha-plantas-toxicas-ornamentais-para-caes-e-gatos); e Ciência Animal na Sociedade. O objetivo dos dois primeiros materiais é informar a população em geral, com enfoque em crianças e adolescentes, sobre as intoxicações que acometem os animais domésticos, com destaque para as plantas. Já a cartilha "Ciência Animal na Sociedade" é fruto do esforço coletivo de alunos de mestrado, iniciação científica e professores do PPGCA. O principal objetivo é apresentar à comunidade o PPGCA-UFG, abordando conceitos importantes sobre a pós-graduação, mestrado e doutorado, linhas de pesquisa do programa e os impactos gerados na sociedade. Todas foram desenvolvidas pela então coordenadora do PPGCA Ana Flávia, com editoração do professor do PPGCA Valcinir e do egresso Thiago André Costa, ambos da UFJ.